Família de jovem do AP morta na Guiana Francesa protesta por falta de informações


Karina Antônia Gama de Souza, 22 anos, foi assassinada no dia 12 de maio com hipótese de feminicídio. Sepultamento ainda não foi feito devido não liberação do corpo pela polícia francesa. Amapaense Karina Antônia Gama de Souza, 22 anos, assassinada na Guiana Francesa Arquivo Pessoal A família da amapaense Karina Antônia Gama de Souza, de 22 anos, morta em de 12 maio na Guiana Francesa, ainda aguarda o corpo da jovem para realização do enterro, sem saber detalhes sobre o crime. A liberação depende da conclusão do inquérito por parte da polícia francesa, que conduz a investigação de forma sigilosa. O corpo de Karina foi encontrado por policiais no distrito de Cacao, a cerca de 71 quilômetros da capital Caiena, 3 dias após o suposto feminicídio. Somente em 25 de maio o crime foi informado aos parentes. O principal investigado como autor do assassinato é o ex-companheiro da jovem, de nacionalidade francesa, com Karina quem morava junto. Segundo a família, ela estava grávida dele. Familiares em protesto em Caiena contra a morte de Karina Rania de Oliveira/Arquivo Pessoal Desde então, caminhadas nas ruas da capital são feitas pelos familiares, como forma de protesto. Além disso, uma conta no Facebook denominada "Justice Pour Karine", foi criada para divulgação das ações. A página já tem 2 mil perfis de amigos na rede social. Um dos primos da vítima, Jackson Ribeiro, de 42 anos, relata que além de não ter acesso a informações sobre o crime, a família se sente abandonada pelas autoridades brasileiras. Somado a isso, ele lamenta o preconceito sofrido pelos imigrantes. "Até hoje não tivemos acesso ao processo, a autópsia e ao corpo... não sabemos nada sobre o crime. E eu sei que esse homem já cometeu outro homicídio antes. O que a gente está precisando é de um apoio do Itamaraty, do Consulado do Brasil, que até agora não se manifestou. Até porque nós brasileiros sofremos com o racismo aqui", contou o técnico de informática. Fotos de Karina Gama de Souza em protesto realizado em Caiena Rania de Oliveira/Arquivo Pessoal A também prima, Rania de Oliveira Batista, de 20 anos, conta que Karina morava no território Francês desde 2018 após ir de Macapá e estava estudando contabilidade. Para ela, a tragédia terminou com a vida de uma pessoa cheia de sonhos e batalhadora. "Não era fácil para ela como não é para qualquer pessoa que tenta imigrar em outro país, mas Karina era uma menina espontânea, sonhadora e que procurava melhora para a sua vida. Vai ser difícil para esse inquérito ser concluído, mas estamos lutando para isso", disse a jovem. Colaboração internacional De acordo com a Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), a Procuradoria Especial da Mulher da instituição vem acompanhando o caso junto com a Frente Parlamentar de Combate ao Feminicídio. Ambos os órgãos, informou a Alap, devem apresentar ofícios para autoridades brasileiras a fim de que o governo federal pressione a polícia francesa por mais informações sobre o caso, assim como celeridade no fechamento do inquérito. "Temos que intervir e tentar junto às autoridades brasileiras ferramentas necessárias para que o caso seja esclarecido e os parentes possam fazer o enterro. Entendemos e respeitamos a legislação francesa, mas é preciso maior celeridade", afirmou a procuradora Especial da Mulher, deputada Cristina Almeida (PSB). Folhas com dizeres 'Somos Karina e Camila' e 'Pare o Feminicídio' são mostradas por mulheres durante protesto Rania de Oliveira/Arquivo Pessoal Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá

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