'Isso não existe', contesta pesquisador sobre existência de corais na foz do rio Amazonas


Pesquisador da Universidade Federal do Pará apresentou contraponto a estudo do Greenpeace em encontro com empresários em Macapá, no Amapá. 1º Encontro das Federações das Indústrias no Amapá aconteceu nesta quinta-feira (17) Carlos Alberto Jr/G1 Estudos feitos por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) contestam a existência de corais na foz do rio Amazonas, que visitados e divulgados pelo Greenpeace em 2016. De acordo com os cientistas, as teses são "inconclusivas e rasas" e as fotos e vídeos divulgados pela ONG em todo o mundo "não são da região amazônica". Para o pesquisador, PhD em geologia pela UFPA, Luis Ercílio, as pesquisas sob a foz do Amazonas, na costa do Amapá e Pará, são feitas há mais de 30 anos e ele é incisivo em reafirmar a inexistência de corais nessa região. "O Greenpeace adotou uma informação que não é de reconhecimento científico e fez um mapa como se tivesse uma barreira de corais, que isso não existe. As fotos e as filmagens que eles apresentaram, não são dessa região [Amazônia]", explicou. Pesquisador, PhD em geologia pela UFPA, Luis Ercílio palestrou no encontro Carlos Alberto Jr/G1 Ercílio ressalta que a pesquisa sobre a suposta descoberta compilou parte dos mais de 30 anos de pesquisas feitas sobre a região e que o mapeamento até os corais foi inventado. "Um professor do Sul do Brasil compilou dados que nós [pesquisadores] tínhamos dessa plataforma e inventou um mapa. Eles [Greenpeace] não estão mentindo, mas é um grande equívoco", explanou a empresários em Macapá. O Greenpeace informou ao G1 que, entre 2017 e 2018, pesquisadores participaram de expedições junto a ONG até esse sistema recifal e da coletagem de imagens e amostras. Todas as informações coletadas foram compartilhadas, inclusive, com a Marinha Brasileira. A ONG ressalta que a Total, empresa petrolífera que teve sua licença negada pelo Ibama para explorar na bacia da Foz do Amazonas, admitiu, nas últimas versões do seu estudo de impacto ambiental, a presença desses recifes. O documento também diz que qualquer debate a respeito da exploração de petróleo e da preservação de um ecossistema precisa ser feito baseado em fatos e ciência. Por isso, afirmar que os Corais da Amazônia não existem é, no mínimo, "desleal". O entrave em torno da liberação da exploração de petróleo na costa dos estados do Amapá e Pará foi o tema central do 1º Encontro das Federações das Indústrias no Amapá, evento que discutiu formas de fomento ao setor industrial por meio de fontes minerais da Amazônia. O encontro, fruto da parceria das Federações das Indústrias do Amapá (Fieap) e do Pará (Fiepa), aconteceu na manhã desta quinta-feira (17), no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), localizado na Zona Central de Macapá. José Maria Mendonça, vice-presidente da Fiepa Gabriel Penha/Divulgação Para José Maria Mendonça, vice-presidente da Fiepa, a não exploração de petróleo na costa do Amapá e Pará é um retrocesso econômico para uma região rica em minérios. "Parte da região Norte não aproveita de todo seu potencial econômico. Somos ricos em matéria prima, mas acabamos ficando para trás por conta da passividade das nossas autoridades perante a essas instituições internacionais. Isso afeta no nosso desenvolvimento", lamentou. Corais da Amazônia foram localizados em uma área que pode, a qualquer momento, ser liberada para a exploração de petróleo Greenpeace Corais da Amazônia Identificado em 2016, o ecossistema considerado único está localizado a 100 quilômetros da costa, podendo ser percebido a 220 metros de profundidade, segundo o Greenpeace. A estrutura do recife é formada por esponjas, corais e rodolitos, além de um grande paredão de carbonato de cálcio. Novas espécies de peixes foram reveladas na região. Como são de água barrenta, eles têm características próprias até então nunca vistas na ecologia marinha. Usando um robô equipado com câmeras, o Greenpeace disse ter identificado que a barreira se estende por uma área de 56 mil quilômetros quadrados, seis vezes maior que os cientistas estimavam, partindo da costa da Guiana Francesa até o Maranhão. Para a organização, que realizou uma expedição submarina na região no início de 2017, os recifes estão ameaçados pelo fato de estarem localizados dentro dos lotes a serem explorados pelas petrolíferas. A viagem da entidade foi a primeira a descer de submarino na área. Recife na foz do Amazonas é composto por algas calcárias e recoberto por esponjas e corais Greenpeace Tem alguma notícia para compartilhar? Envie para o Tô Na Rede!

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