Pole dance e poder feminino viram tema de ensaio fotográfico sobre a Linha do Equador, no Amapá


Monumento Marco Zero, que marca a linha que separa os hemisférios norte e sul, foi escolhido como cenário para retratar as mulheres que nunca tinham sido fotografas profissionalmente antes. Arte do pole dance foi retratada em cenário marcante e ponto turístico e cultural do estado do Amapá Harold de Sena/Reprodução Poder, força e autoestima são três características marcantes na prática do pole dance. Com essa premissa, surgiu a ideia um projeto fotográfico do Amapá que registrou mulheres que nunca foram fotografadas profissionalmente antes pensando, justamente, no resgate do amor próprio. O projeto “Arte na pele”, que existe desde 2020, é uma idealização do fotógrafo Harold de Sena Tavares, que já produziu ao todo 5 edições até o momento. A última ganhou grande repercussão nas redes sociais por criar uma cena bastante inusitada: um pole dance montado no monumento Marco Zero do Equador, em Macapá. O obelisco de 30 metros é um dos locais mais visitados no estado justamente por estar posicionado sobre a Linha do Equador, que divide os hemisférios norte e sul. Macapá, conhecida como a cidade do meio do mundo, é a única capital brasileira cortada pela marca. Modelos escolhidas para o ensaio tiveram apenas 1h de aula da modalidade para participar do projeto Harold de Sena/Reprodução “Reunir esses três elementos: o monumento, o corpo, e a fotografia, reforça a ideia de que o corpo fala e conversa melhor em ambientes que o estimule. O corpo feminino, que historicamente foi instrumento de posse masculina, nos ensaios ganha emancipação e capacidade de dizer o que estava represado nele: a liberdade”, detalhou Harold de Sena. O ponto turístico virou palco de um ensaio fotográfico que uniu mulheres que não tinham experiência com a modalidade do pole dance. O casamento perfeito entre a dança e a arte de captar momentos deu origem a 5ª edição do projeto. No início, Tavares pensava em registrar mulheres que nunca haviam sido fotografadas antes. Aos poucos, os ensaios temáticos foram ficando cada vez mais conhecidos e ganhou novas adeptas que se aventuraram sob as câmeras. Os ensaios são gratuitos, e as modelos podem escolher o melhor registro, que passa por edição e é dado como presente à fotografada. A 5ª edição do projeto foi produzida em parceria com a instrutora de pole dance Luciana Oliveira, que começou a praticar a modalidade há três anos e iniciou as aulas durante a pandemia, a pedido de algumas pessoas próximas. “Ele me fez a proposta e nós chamamos duas pessoas que nunca tiveram contato com o pole. Elas tiveram uma aula de 1 hora, apenas para conseguir fazer os movimentos”, explicou Luciana Oliveira. Instrutora começou a ministrar as aulas durante a pandemia e hoje ensina mulheres a 'resgatar a própria autoestima' Harold de Sena/Reprodução O pole dance é uma junção da dança com a ginástica. A atividade é praticada em uma barra vertical usada para a realização de acrobacias. Os benefícios do exercício variam desde força, agilidade, até ao desenvolvimento de elasticidade e controle do próprio corpo. Para a instrutora, a prática dá liberdade e resgata a autoestima de mulheres, principalmente as mais tímidas, já que a dança possibilita soltar o corpo e liberar a tensão. “O resultado do ensaio foi mais do que eu esperei. Esperava fotos muito bonitas, mas quando vi no final, foi surreal. O pole já é encantador, e poder se ver em um ensaio fotográfico no pole dance, é ainda mais bonito”, completou, emocionada. Ensaio durou 1 hora e chamou a atenção de pessoas curiosas que visitavam o monumento durante os registros Harold de Sena/Reprodução “Muitas vezes não vemos a beleza que nós temos, a nossa força, e só de colocar a perna no pole, nos transformamos e enxergamos o nosso poder” ,afirmou a instrutora, ansiosa pelo próximo ensaio. A paisagem foi cenário para os registros das modelos que vestiam lingeries fornecidas por uma empresa parceira da iniciativa. Encanto e autoestima Para quem participou da experiência, dançar sem ter nenhum contato anterior com a modalidade, foi uma prática de autoconhecimento e resgate da própria beleza. “Foi muito emocionante. Toda pessoa deveria passar por essa experiência, me senti viva e cheia de poder. Além disso, a valorização de um ponto turístico do meu estado fez esse momento ser magnífico”, contou com alegria uma das participantes da edição, Thawanna de Paula. Thawanna de Paula foi uma das modelos escolhidas para o ensaio da 5ª edição do projeto "Arte na pele" Harold de Sena/Reprodução A bacharel em direito teve apenas uma aula com a instrutora para poder realizar o ensaio. “Se o 1º pole dance no meio do mundo foi com uma pessoa que nem eu, que com apenas uma aula conseguiu, qualquer pessoa pode encarar esse desafio”, finalizou. O ensaio, com cerca de 1 hora, incluiu a montagem dos materiais e do pole dance. As edições anteriores seguiram os temas: renascença; princesas e coroas de flores; elfas nórdicas e célticas; musas da música clássica; e a última edição, sobre visibilidade feminina e arte da dança. As inscrições para participar do projeto podem ser feitas gratuitamente através do preenchimento de um formulário de cadastro. Registros das edições anteriores do Arte na Pele Harold de Sena/Reprodução Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá ASSISTA abaixo o que foi destaque no AP:

source https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2022/01/17/pole-dance-e-poder-feminino-viram-tema-de-ensaio-fotografico-sobre-a-linha-do-equador-no-amapa.ghtml