Falta de médicos capacitados e de habilitação de central dificultam doação de órgãos no Amapá


Apesar de existir a unidade para transplantes, atendimento ainda não foi habilitado. Segundo governo, profissionais serão qualificados em 2022. Mesmo com Central de Transplantes, a doação de órgãos ainda não está habilitada no Amapá A família da Ana Carolina, que tinha 38 anos, buscou fazer a doação de órgãos quando a professora faleceu de morte encefálica devido a um aneurisma cerebral. No entanto, o que eles não sabiam era da dificuldade para que o serviço fosse feito em hospitais no Amapá. O estado não tem habilitação para o procedimento. "Comunicamos ao hospital que queríamos fazer a doação de órgãos. De imediato nos informaram que não tinha esse serviço no Amapá. Então eu liguei para Central de Órgãos de Brasília e disse que estávamos querendo doar os órgãos, e me informaram que havia uma central aqui no estado", relatou o irmão de Ana, Eduardo Braga Filho. Professora Ana Carolina, que faleceu após aneurisma cerebral, tinha vontade de doar os órgãos Arquivo Pessoal A Central Estadual de Transplantes existe no Amapá, mas o departamento não se encontra habilitado, já que não há médicos capacitados para fazer a captação dos órgãos de forma imediata nas unidades de saúde, como explicou o secretário de Atenção à Saúde do Amapá, José Everton. "No Estado a gente ainda não tá capacitado no sistema para fazer essas transferências e transplantes de órgãos. A gente precisa ter um médico capacitado para fazer o diagnóstico de morte encefálica. Porém, no ano de 2019 a 2020 foram 7 ou 10 médicos que fizeram o curso na Central de Órgãos de Brasília. Fizeram a primeira parte do curso, só que tem que ter a 2ª fase. Na pandemia, teve que ser parado todo o curso. Agora em 2022 a gente vai mandar mais uma vez essa equipe para fazer a conclusão do curso", garantiu. Essa falta de qualificação médica torna mais demorado o processo de doação de órgãos no Amapá. Com isso, para que seja feito é preciso que a rede nacional autorize o procedimento, o que pode levar um tempo que muitas vezes famílias não estão dispostas a esperar. Foi o caso dos familiares de Ana Carolina. Por conta da lentidão do serviço, eles decidiram não aguardar a doação de órgãos e enterraram a professora sem o pedido ter sido atendido. "Ela poderia ter salvado vidas, né? Poderia ter salvado uma mãe, um pai, um filho... E ter dado esse acalanto a outras famílias", lamentou o irmão de Ana Carolina. Secretário de Atenção à Saúde do Amapá, José Everton Rede Amazônica/Reprodução Segundo o secretário, o governo estadual realizou todo o trâmite para doação de órgãos da professora Ana Carolina, mas a família desistiu após a conclusão do processo. "A gente fez todo o trâmite burocrático. Entramos em contato com a Central de Órgãos de Brasília, acionamos os neurologistas para fazer a constatação da morte encefálica, só que a família desistiu da doação após todo o trâmite concluído", relatou. Até quarta-feira (29), 160 pacientes aguardavam por transplante de órgãos no Amapá. Para que sejam atendidos, eles precisam ir para outro estado por meio do Programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), onde a Central de Transplantes esteja realmente em atividade. "O Amapá, devido o distanciamento geográfico, tem um pouco de dificuldade, porque tem que transportar os órgãos através de avião, fazer todos os procedimentos e os cuidados necessários. A gente vem trabalhando através de políticas para que isso ocorra de forma correta e que o Estado seja capacitado para fazer esses transplantes de órgãos dentro dos protocolos", finalizou José Everton. Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá ASSISTA abaixo o que foi destaque no AP:

source https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2021/12/30/falta-de-medicos-capacitados-e-de-habilitacao-de-central-dificultam-doacao-de-orgaos-no-amapa.ghtml