Após superar câncer, sorocabano percorre 13 mil km de moto pela América do Sul: 'A vida é um sopro'


Partindo de Sorocaba (SP), Ednilson Maia percorreu o Brasil, a Guiana Francesa e chegou até a Venezuela de moto. Viagem durou 70 dias e somou 11 estados do Brasil. Sorocabano percorre 13 mil km de moto pela América do Sul após lutar contra câncer Ednilson Maia/Arquivo pessoal Após descobrir um câncer nos testículos e conseguir superar a doença, o vigilante de Sorocaba (SP) Ednilson Ruiz Maia, de 40 anos, decidiu embarcar em uma viagem de duas rodas por vários estados do Brasil e outros países para celebrar a cura. A viagem, que durou 70 dias e se estendeu por 13 mil quilômetros por terra e outros cinco mil quilômetros de barco até a Venezuela, tinha como destino final a cidade de Brasília (DF), mas acabou se estendendo bem mais. "Decidi viajar 25 dias após o fim das sessões de quimioterapia. Sentia muitas dores ainda, mas segui forte. Planejei ir até Brasília de início e, depois de lá, iria até o Maranhão de carro com amigos, voltaria de carro a Brasília, pegaria a moto e retornaria a Sorocaba. Mas acabei fazendo o trecho todo de moto e fui até outro país", conta Ednilson. Beda, como gosta de ser chamado, conta que a descoberta do câncer veio através de um autoexame. "Estava tomando banho e percebi algo diferente em meu corpo. Descoberto que se tratava de um câncer nos testículos, fui operado, mas a doença retornou no peritônio, uma membrana que reveste a cavidade abdominal. Foi o início de seis longos meses de quimioterapia", comenta. Viagem durou 70 dias, com 13 mil km por terra e outros cinco mil de barco até a Venezuela Ednilson Maia/Arquivo pessoal "Descobri o câncer dois meses depois da minha mãe morrer pela mesma doença. Foi muito triste, eu estava na Bolívia e não pude nem me despedir", conta. Após o término da quimioterapia, a viagem começou a ser programada. "Deixei o destino me levar. Minha família não ficou preocupada, pois não foi a primeira viagem longa que fiz. Dormia em barraca ou montava rede em postos de combustíveis. Muitos amigos me ajudaram com dinheiro, pagando trocas de óleo, combustível, comida e até barco para me deslocar de um local para o outro." A higiene era feita em postos de combustíveis e até mesmo em riachos, segundo o sorocabano. De posto em posto, eu ia parando para comer, tomar banho e até lavava roupas. Fiquei em casas de amigos que me ajudaram com isso. Para comer, levei uma cozinha portátil. A maior dificuldade mesmo foi abastecer a moto, pois ela tem pouca autonomia." Ao todo, 11 estados do Brasil fizeram parte do roteiro Ednilson Maia/Arquivo pessoal Trajeto Durante o percurso, o vigilante chegou a sofrer um acidente. "Parei para trocar o pneu da moto em Cuiabá (MT), foi quando um adolescente em uma moto, sem habilitação, me atingiu. Fui levado a um hospital próximo, onde precisei levar seis pontos em uma das mãos. Por causa disso, fiquei umas semana a mais na cidade. No caminho de volta, refazia os curativos parando no meio da estrada", conta. Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso fizeram parte do trajeto brasileiro. "Conheci o Oiapoque e de lá fui para a Guiana Francesa, que faz divisa, onde conheci duas cidades. Cheguei até a Venezuela, mas fiquei pouco, pois as condições do local estavam ruins, mas valeu a pena", explica. Após milhares de quilômetros rodados e um câncer superado, o vigilante comenta que faria tudo novamente. "Me encontrei dentro do capacete e aprendi que temos que ser fortes e o mais importante: viver nossos sonhos, pois a vida é um sopro", completa. *Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku. Veja mais notícias da região no G1 Sorocaba e Jundiaí

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