Áudios revelam desentendimento entre supostos membros de quadrilha de tráfico internacional


Para a PF, irmão e sobrinho de João Soares Rocha também participavam do esquema e estavam insatisfeitos com os valores recebidos. Após as conversas, os dois morreram em acidente aéreo. Polícia encontra submarino utilizado para transporte internacional de drogas A Polícia Federal acredita que o tráfico internacional de cocaína era um negócio de família. Além de João Soares Rocha, apontado como chefe da quadrilha; o irmão dele, Evandro Rocha e o sobrinho, Cristino, tinham papéis centrais na organização. Segundo a PF, os dois cuidavam da logística e da lavagem de dinheiro através de garimpos e da compra de gado no Pará. João Soares Rocha é apontado como chefe da quadrilha Reprodução/TV Globo Durante a investigação, os agentes perceberam desentendimentos entre os três. Numa ligação de Evandro para o piloto Fábio Coronha, ele reclamou que João não teria compensado Cristiano por um dos voos realizados para a entrega de drogas. Ele chega a xingar o irmão. EVANDRO: Mas ele tá enrolando o Cristiano. Ele é tão filho da p***. Falou pro Cristiano: "arruma esse avião aí. Aquele verde. O abacate." Qual que é o prefixo mesmo? FÁBIO: IDQ. I, IAP EVANDRO: "Arruma esse avião, que eu vou dar dois voos pra você." Só que aí o avião foi, fez o voo e (ininteligível). FÁBIO: Ele fez o voo? EVANDRO: Fez um. FÁBIO: Porque eu fiquei sabendo que uma avião tava em pane lá dentro e eu não sabia qual que era. EVANDRO: Só sei que fez um. E ele não deu p**** nenhuma pro Cristinao. Entendeu? FÁBIO: E será por isso que deu pânico lá dentro? EVANDRO: Deve ser. A conversa foi gravada em 23 de março de 2018. Em agosto, Evandro e Cristiano morreram em um acidente aéreo. Cristiano Felipe Rocha Reis morreu em acidente aéreo Reprodução/ Instagram Código para pagamentos Ainda de acordo com a PF, antes de morrer Cristiano criou um código de comunicação para o grupo. Um exemplo foi quando o tio, João Soares, ia receber um pagamento do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, conhecido como 'Cabeça Branca'. Cristiano mandou para o representante de 'Cabeça Branca' a foto de uma nota de um dólar. No encontro, supostamente ocorrido em um shopping de São Paulo, João Soares usou o número de série da nota como senha para que o homem soubesse que estava entregando o dinheiro para a pessoa certa. Avião pegou fogo após pouso forçado no sudeste do Pará. Reprodução / Polícia Civil A operação O grupo foi desarticulado na última quinta-feira (21). Segundo a investigação, a quadrilha transportou pelo menos 9 toneladas de cocaína entre 2017 e 2018, em 23 voos que carregavam 400 kg da droga, em média, cada um. A PF informou que o grupo tinha ligação com facções criminosas do Brasil e prestava serviços para traficantes daqui e do exterior. Os agentes da Polícia Federal receberam as primeiras denúncias sobre o narcotráfico, com atuação no Tocantins, em junho de 2016. A polícia acredita que a quadrilha atua há pelo menos 20 anos.Até um submarino foi utilizado nas atividades do grupo. Ele foi apreendido em fevereiro de 2018 no Suriname. As investigações indicam que a rota do transporte de drogas passava pelos países produtores (Colômbia, Bolívia), países intermediários (Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala) e países destinatários (Brasil, Estados Unidos e União Europeia). Outro lado A defesa de João Soares Rocha informou que só teve acesso ao inquérito na ultima sexta-feira e que está analisando a melhor estratégia para pedir a revogação da prisão dele. Ainda segundo o advogado, Rocha continua na Casa de Prisão Provisória de Palmas em uma cela comum. O G1 não conseguiu identificar as defesas dos demais citados. Veja mais notícias da região no G1 Tocantins.

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