Consulado francês é reativado no Amapá e prevê emissão de vistos em 3 meses


Embaixador da França no Brasil anunciou retomada também das comissões transfronteiriças para discussão de políticas bilaterais. Momento da inauguração oficial do consulado francês no Amapá Rede Amazônica/Reprodução Fechado desde fevereiro de 2018 pela Embaixada da França no Brasil após "problemas de gestão interna", o consulado francês no Amapá foi reaberto na noite desta segunda-feira (29). Com presença do embaixador francês Michel Miraillet e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o novo espaço foi aberto em Macapá. A estrutura na capital tem função estratégica, pois o Amapá é o único estado do país que faz divisa com a Guiana Francesa, e desde 2017, a ligação entre os dois territórios é rodoviária com a inauguração da Ponte Binacional. O novo cônsul no estado será Fabien Roger Gilbert Fourtnet. Com a reabertura do espaço, a previsão da embaixada é que em até três meses a emissão de vistos para brasileiros interessados em entrar em território francês seja feita no Amapá. "É um retorno à situação normal. Há um ano tive que fechar o consulado e demitir o cônsul honorário. Daqui a três meses podemos emitir de novo vistos daqui de Macapá. Hoje não só estamos só abrindo a agência consular, hoje nos beneficiamos do apoio importante da bancada do Amapá em Brasília. Abrimos uma janela de oportunidade para a relação bilateral", declarou Michel Miraillet, embaixador da França no Brasil. Michel Miraillet, embaixador da França no Brasil Rede Amazônica/Reprodução O chefe diplomático reforça ainda que serão reativadas as comissões mistas transfronteiriças, que vão discutir temas de comum acordo entre os dois países, como tráfego de pessoas e cargas. "A última comissão mista transfronteiriça foi organizada em dezembro de 2016. Vamos retomar essas reuniões em julho de 2019 para poder avançar sobre os temas importantes para os brasileiros, como turismo, transporte de cargas e de pessoas. Vamos poder falar da cooperação cultural, da educação e da cooperação entre nossas forças militares", completou Miraillet. Ponte que liga o Amapá à Guiana Francesa Divulgação/Préfecture de la Guyane Para o Brasil, a proposta é integrar de vez o país à União Europeia através do Amapá. Para o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, a abertura do consulado é o primeiro passo para fortalecer a união entre os dois países. "A reinauguração traz para todos nós a esperança de que essa relação seja profícua, verdadeira e duradoura. A partir desse encontro transfronteiriço podemos encaminhar para esses acordos para a ponte, o visto, a nossa BR-156. A fronteira com a Guiana Francesa, é a fronteira com a União Europeia e a fronteira com Paris", reiterou Alcolumbre. Ligação terrestre entre Macapá e Caiena ainda sem asfalto do lado brasileiro MPF-AP/Divulgação A inauguração do espaço, localizado na Rua Tiradentes, contou com a participação de toda a bancada federal amapaense, além de políticos locais e do governador Waldez Góes. Para o senador Randolfe Rodrigues, a proximidade pode acelerar políticas de integração entre os países. "Estamos trabalhando para que no futuro não haja a necessidade de emissão de visto para brasileiros e amapaenses que para a Guiana Francesa se desloquem. O embaixador já mostrou interesse em termos uma linha de ônibus entre Caiena e Macapá", adiantou o senador. Presidente do Senado, Davi Alcolmbre, e o senador Randolfe Rodrigues Rede Amazônica/Reprodução Retomada do consulado No mesmo dia da reabertura do espaço diplomático, a Polícia Civil do Amapá autuou o ex-cônsul honorário francês no Amapá, Alain Craïs. Segundo a investigação, requerida pela Embaixada, Craïs estava atuando na função indevidamente um ano após ter sido demitido. "Ele foi demitido porque não respeitou as regras que foram impostas pela administração francesa", limitou-se a dizer, em entrevista coletiva. No escritório onde Craïs atuava um aviso na porta dizia que o "consulado honorário será encerrado de 4 de março a 10 de abril de 2019". A investigação não informou se algum serviço, como emissão de vistos ou autorização de documentos teria sido realizada indevidamente. O G1 conversou com Alain Craïs por telefone, mas ele disse que não iria se manifestar sobre a autuação da polícia. Questionado, ele também não informou contato de advogado. Para ler mais notícias do estado, acesse o G1 Amapá.

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